Metáfora: como usar na comunicação e criatividade diária

Desde que comecei a trabalhar com comunicação, percebi que expressar ideias complexas de forma simples é uma arte e, muitas vezes, um desafio diário. Um dos segredos que descobri nesse caminho foi o poder da metáfora. Hoje, quero compartilhar tudo que aprendi sobre essa figura de linguagem e como ela pode transformar a criatividade, a persuasão e até o entendimento de emoções e conceitos no cotidiano.

O que é metáfora? Conceito e primeiras impressões

A metáfora é uma figura de linguagem baseada em uma comparação implícita entre dois elementos diferentes, estabelecendo uma relação de semelhança, mas sem o uso de conectivos, como “como” ou “tal qual”. Na prática, é quando digo que “meu coração é um furacão”. Aqui, o coração não é, literalmente, um fenômeno natural, mas compartilha a intensidade e a força de um furacão. A metáfora cria pontes mentais rápidas, facilitando o entendimento de mensagens complexas.

Numa pesquisa publicada na Revista Educação Pública, percebi que esse processo cognitivo está presente em praticamente tudo: literatura, publicidade, redes sociais e até no bate-papo do almoço.

Metáforas aproximam mente e experiência.

Como identificar o uso de metáforas no cotidiano?

Se imagine numa roda de amigos. Alguém diz para outro: “Você é um poço de paciência”. Ninguém imagina, de fato, uma pessoa virando poço, mas todo mundo entende o recado. Essa identificação aparece em diferentes linguagens e contextos:

• Linguagem cotidiana: “Estou na corda bamba”, “Minha vida virou um parque de diversões”, “Ele tem um coração de pedra”.

• Publicidade: Mensagens como “Libidgel: liberdade em cada gota” costumam associar produtos a sensações, experiências e até a mudanças de vida. Isso gera conexão emocional, aumentando o interesse e a lembrança da mensagem.

• Literatura: Os clássicos regurgitam exemplos. Quando Fernando Pessoa escreve “O amor é uma companhia”, cria uma imagem sem dizer, de fato, o que o amor representa literalmente.

• Redes sociais e memes: Uma pesquisa da Universidade Federal de Alfenas mostra como usamos comparações e metáforas para expressar sentimentos sobre temas atuais, como a pandemia, através de memes. Chamá-la de “tsunami” sintetiza todo o caos num simples termo figurado.

Metáfora x comparação explícita: como diferenciar?

Durante minhas leituras, esbarrei muitas vezes na dúvida: quando uma frase é, de fato, uma metáfora ou apenas uma comparação? Isso ficou mais claro com a prática. Veja:

• Comparação explícita: “Ele é forte como um touro”. O termo “como” deixa evidente que se trata de uma comparação, não de uma metáfora.

• Metáfora: “Ele é um touro”. Agora, transformo o sujeito no próprio animal, sem usar conectivos.

O segredo está na ausência de termos comparativos e na fusão conceitual entre dois elementos distintos. Entender esse detalhe muda a maneira como leio textos e escuto as pessoas ao meu redor. Percebo o quanto as metáforas têm potencial de sintetizar experiências e sentimentos de forma simbólica.

A importância da metáfora para a criatividade e expressividade

Trabalhando com criação de conteúdo, notei que a criatividade floresce quando uso metáforas nas minhas mensagens. Frases literais, muitas vezes, caem no esquecimento. Já expressões figurativas despertam curiosidade. Como no seguinte exemplo publicitário: “Seu produto é a chave que abre todas as portas”. Ninguém vende, literalmente, uma chave, mas a imagem permanece na mente.

Um dos maiores benefícios é o enriquecimento da linguagem. A revista Conhecimento & Diversidade destaca, inclusive, o uso de metáforas e outras figuras para conectar marcas e sensações, como ocorre em campanhas de cosméticos e alimentos. Eu mesmo já me peguei pensando em um perfume como “um abraço em forma de aroma”, e, veja, minha percepção ficou mais próxima daquela sensação só por meio da linguagem figurada.

Exemplos práticos e inesquecíveis de metáforas

No cotidiano, as expressões figurativas surgem espontaneamente. Separei algumas que escutei e li ao longo dos anos e que me marcaram muito:

“A esperança é a última que morre.”

Essa frase circula a todo instante, ressignificando a persistência de quem não desiste.

“O tempo é um rio, e nós somos barcos à deriva.”

Quando se trata de literatura, Clarice Lispector costumava escrever com metáforas tão originais que tive de reler alguns trechos para captar o significado profundo, como “Tenho uma vontade idiota de me sentir querida. Como se minha alma pudesse ser um objeto nas mãos de alguém”.

No universo dos memes, vi muitos durante a COVID-19: desenhos de monstros simbolizando o vírus, expressando medo e incerteza de forma rápida e compartilhável, como estudou a Universidade Federal de Alfenas. A aproximação emocional gerada por essas imagens é quase instantânea.

Diferentes contextos: onde a metáfora faz a diferença

Uma coisa que aprendi é que o impacto das metáforas depende muito do contexto:

• No ambiente corporativo, elas suavizam críticas e inspiram equipes. Dizer “estamos remando juntos para o mesmo porto” mostra cooperação, diferente de afirmar simplesmente que todos têm o mesmo objetivo.

• Na publicidade, metáforas visuais ou textuais aumentam a memorização da marca. Mensagens bem estruturadas, como “Libidgel, sinta a liberdade em cada gota”, associam o produto a sensações positivas.

• Em artigos científicos e educação, ajudam no entendimento de conceitos difíceis. Um exemplo frequente é dizer que os neurônios são “fios elétricos” do cérebro.

• Na criação digital, como posts para web, recorro a metáforas para engajar leitores, reforçando, inclusive, temas abordados em áreas como conteúdo web e marketing digital.

Dicas pessoais para criar metáforas originais

A criatividade, aqui, é rainha. Nas sessões de brainstorming para campanhas ou textos, sigo alguns passos, adapto, me inspiro, provo novas abordagens:

1. Observar ao redor: Anoto expressões que escuto na rua, na TV ou em livros. Às vezes, a melhor inspiração vem de uma conversa no café.

2. Buscar sentidos e sensações: Se quero transmitir rapidez, penso em imagens ligadas ao movimento: “voando baixo”, “um raio”.

3. Juntar ideias distantes: Conectar coisas que, à primeira vista, não combinam, como “mineiros de sonhos”, para uma equipe de inovação, estimula a reflexão.

4. Evitar clichês: Toda vez que volto automaticamente para “coração partido”, paro e busco alternativas, como “coração espatifado”, “vela ao vento”.

5. Usar metáforas visuais: Em infográficos, misturo imagens e palavras, como mostram pesquisas sobre infográficos e desinformação. Isso facilita a compreensão, como um gráfico que mostra soluções “subindo a montanha”.

O papel das metáforas na publicidade e comunicação visual

Na comunicação de marcas, o uso de figuras de linguagem, especialmente metáforas visuais, é um divisor de águas. Ao trabalhar em projetos como Libidgel, por exemplo, percebo que a relação estabelecida entre sensações, liberdade e renovação cria uma conexão instantânea com consumidores. Grandes campanhas, de perfumes, carros ou aplicativos, apostam nessas imagens porque sabem do potencial de sinestesia e emoção.

A pesquisa sobre publicidade sensorial ressalta, inclusive, que impactar múltiplos sentidos torna a mensagem mais memorável e cada contato, mais marcante.

Metáfora como ferramenta de expressão e educação

Descobri, ao preparar materiais didáticos, que a metáfora aproxima conteúdos de quem aprende. Não é à toa que expressões como “pilar do conhecimento” e “raiz do problema” aparecem em toda aula. Elas resumem raciocínios complexos e ajudam alunos a visualizar relações lógicas sem esforço.

No contexto da pandemia, teses como a da Universidade Estadual do Norte Fluminense mostram como as figuras de ‘Guerra’ e ‘Caminho’ serviram para guiar decisões, comunicando urgência e esperança ao mesmo tempo.

Isso ecoa diretamente em canais dedicados à educação online, ampliando as possibilidades de transmitir conhecimento de forma envolvente.

Diversidade de metáforas e áreas de aplicação

Costumo ver, diariamente, a aplicação das metáforas não apenas em textos literários, mas também em recursos digitais, campanhas informativas e treinamentos corporativos. A riqueza de opções facilita a adaptação da linguagem conforme o público e o objetivo. Temas como criação de conteúdo e produtividade ganham novo sentido, tornando-se mais engajadores quando associados a imagens mentais poderosas.

Conclusão: metáforas para uma comunicação mais rica e criativa

Ao longo da minha jornada com metáforas, percebi que elas não são apenas figuras de linguagem, mas pontes para universos de significados, sentimentos e conexões verdadeiras. Seja no cotidiano, na sala de aula, na web ou ao apresentar o Libidgel como parte de uma experiência única, vejo na metáfora uma aliada para quem busca comunicação criativa e envolvente em qualquer esfera da vida. Permita-se exercitar esse olhar figurado, e veja como seu mundo comunicativo se enche de novas cores.

Explore mais conteúdos que conectam linguagem e criatividade e descubra novas formas de se expressar com clareza, seja para o seu dia a dia, carreira ou bem-estar. Conheça o Libidgel e inspire-se a criar sua própria metáfora de transformação!

Perguntas frequentes sobre metáforas

O que é uma metáfora na comunicação?

Metáfora é uma figura de linguagem que estabelece uma analogia entre dois elementos diferentes, criando sentido novo sem usar termos comparativos explícitos. Na comunicação, serve para facilitar a compreensão de ideias, criar emoções ou ilustrar conceitos abstratos.

Como usar metáforas no dia a dia?

Eu costumo tornar minhas conversas mais leves e expressivas usando comparações implícitas para reforçar sensações, simplificar explicações ou até mesmo motivar alguém. Basta observar situações, identificar emoções e associá-las a imagens conhecidas, como “dar o braço a torcer” ou “plantar sementes de amizade”.

Quais os benefícios das metáforas na criatividade?

O principal benefício é fazer com que ideias complexas ou abstratas se tornem compreensíveis e memoráveis. Metáforas também estimulam novas conexões mentais, facilitam o engajamento e aproximam diferentes públicos de uma mensagem.

Quando evitar o uso de metáforas?

Eu evito metáforas quando preciso ser extremamente objetivo, como em contratos, instruções técnicas ou situações em que a compreensão literal é prioridade. Além disso, metáforas muito incomuns ou culturais podem trazer ruído se o público não compartilhar o mesmo repertório.

Como criar boas metáforas rapidamente?

Uma dica prática é buscar relações entre as principais características daquilo que quer explicar e elementos do cotidiano do seu público. Observe analogias espontâneas, adapte ideias de diferentes áreas e prefira imagens claras e originais, sempre considerando o contexto em que a frase será usada.